Em Linhares medalhões do (MDB) e Republicanos podem esvaziar os partidos na reta final
Por, Ronaldo Almeida
Apesar de não ser nenhuma novidade, até hoje uma das principais estratégias políticas utilizadas, para eleger ou reeleger os candidatos favoritos ou preferidos pelos partidos, está na construção das chapas de candidatos que vão disputar as eleições.
Esta etapa da construção do grupo partidário é tão importante, que políticos mais experientes, costumam deixar para última hora a escolha do partido que vão se filiar ou no mínimo, influenciam nas escolhas dos concorrentes que vão compor a chapa de candidatos que disputará a vaga com eles.
Chapa Equilibrada
Então, uma chapa considerada equilibrada no “linguajar politiques”, pode ser definida, como um grupo de candidatos, que reúnem as mesmas características, seja em projeções políticas, influência equivalente, condições financeiras proporcionais, proximidade com o candidato a prefeito equilibrada, concorrentes com mandatos ou capilarização de apoios da base majoritária ou “cargos comissionados” condizente com os outros candidatos, ou seja, sem os “medalhões”
Desequilíbrio de Competição Intencional
Expostos estes fatos incontestáveis, ao se montar um partido político homogêneo, deve-se levar em consideração, que se agrupe num mesmo partido, candidatos que não tenham grandes vantagens sobre seus companheiros de chapas, pois caso isso ocorra, se cria os candidatos com “favoritismo” ou “medalhões”, onde um ou mais de um, tem reconhecível vantagem sobre seus concorrentes diretos de partido, causando o desequilíbrio de competição intencional na legenda, ou seja, os candidatos com menos recursos que os “favoritos”, servirá unicamente como escada para eleger o “preferido ou escolhido” pelo prefeito ou presidente do partido, já que estamos falando das eleições municipais.
Eleição mais difícil
Com as novas mudanças das regras eleitorais que serão aplicadas nas eleições de 2024, candidatos com mais acesso a benefícios que os demais, tem grande vantagem, já que a projeção para Linhares, é que a possibilidade de um candidato se eleger com menos de (1.000 mil votos) é tido como quase impossível.
Avaliando os partidos que compõem a base de apoio da atual administração, podemos visualizar este cenário de favoritismo com muita nitidez em dois partidos, sendo eles o (MDB) e (Republicanos).
Os Medalhões
No levantamento dos nomes, pode-se ver que houve um planejamento friamente calculado, com nomes escolhidos a dedo, com larga vantagem sobre seus colegas de legenda. Os tais “candidatos preferidos”, destes dois partidos, além da disparidade em vantagem sobre seus colegas, carregam o carimbo de serem considerados os principais nomes da base do atual prefeito, considerados pelo mercado político, como os principais defensores da atual administração em troca de inúmeras vantagens.
Chapa do Republicano
Republicanos, partido do prefeito Bruno deve eleger de 2 a 3 nomes, só de vereadores que buscam a reeleição foram filiados quatro, sendo eles, Juarez Donatelli, eleito com 1.649, vereador mais votado de 2020, vem para reeleição.
Fabrício Lopes, buscando sua terceira reeleição, até pouco tempo atrás ocupava a Secretaria Municipal de Esportes, foi eleito em 2020 com 1.149.
Dr. Carlos Almeida, em seu quinto mandato, busca a reeleição, foi eleito em 2020 com 1.117.
Neste time também entra o vereador Johnatan Maravilha, que assumiu a vaga deixada pelo ex-vereador Valdir Maciel cassado por compra de votos.
Johnatan recebeu 981 em 2020, chegou a fazer parte do G-10, grupo formado por 10 vereadores que se autodenominavam independentes, e que contrariando a determinação do prefeito Bruno, que buscava a reeleição para presidente da Câmara do vereador Roque Chile, se uniram e elegeram o atual presidente Welington Vicenttini, apesar disso, hoje Johnatan faz parte da base do prefeito, votando a favor ou contra projetos de acordo com os interesses da administração, em troca de seu novo posicionamento tem recebido atenção especial por parte da administração.
Ainda no Republicanos temos o vereador Edmar Vitorazzi, que está em seu terceiro mandato consecutivo, foi eleito com 1.058, mas tem afirmado que não concorrerá à reeleição.
Chapa do (MDB)
O partido (MDB) é cotado para eleger de 2 a 3 vereadores. Hoje os nomes tidos como favoritos, são todos velhos conhecidos da base da atua gestão, com alguns tendo ocupado por mais de uma vez cargos de Secretário Municipal, o que lhes dá o status de pessoas de confiança e total abertura dentro “super máquina” administrativa municipal.
Então para compor o time do (MDB) foram escalados Roque Chile, que já em seu primeiro mandato de vereador, foi escolhido pessoalmente pelo ex-prefeito Guerino Zanon, para presidir a Câmara Municipal, função que exerceu até 2022, onde após não conseguir se reeleger presidente, foi convidado para administrar a Secretaria de Turismo e Cultura.
Super Exposição
Aqui vale um parágrafo a parte para o vereador Roque, pois após ele assumir as Secretarias de Turismo e Cultura, houve uma enxurrada de shows e eventos, com artistas nacionais, como não se via há vários anos em Linhares. Toda esta exposição da sua imagem, levou o mercado a especular que Roque, poderia ser escolhido para compor a chapa de vice-prefeito de Marianelli, opção que oficialmente ainda não foi descartada.
Então, analisando friamente as vantagens do vereador Roque, com todos os benefícios que foram proporcionados pela gestão, podemos concluir que estes fatores, lhe dão de longe, ampla vantagem contra todos seus colegas de partido.
Outro nome que vem para reeleição pelo (MDB) é o vereador Gilson Gatti, eleito em 2020 com 1.637, sendo o segundo mais votado daquela eleição. É tido como homem de confiança da atual administração e vem com o apoia da base do prefeito.
Ainda no (MDB) estão filiados a ex-vereadora Pamela Maia, que mesmo ficando na suplência, recebeu 1.150 votos. Mesmo com seu insucesso nas urnas, não impediram que ela sentasse na cadeira de vereadora por alguns meses, ocupando o lugar do vereador Roque Chile, quando este foi convocado para assumir o cargo de Secretário.
Entre os nomes listados no (MDB), temos uma iniciante no pleito, que mesmo não anunciada oficialmente, é tida como certa pelo mercado político como candidata. Trata-se da ex-Secretária de Assistência Social Luciana Mantovaneli, profissional de carreira e efetiva.
Luciana é declaradamente militante da esquerda, inclusive com várias postagens contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar se ser uma estreante nas urnas, todos estes anos ocupando cargos de destaque na administração municipal, sendo coroada com os últimos anos como a titular da pasta da Assistência, coloca seu nome e sua posição como em boa vantagem sobre os demais concorrentes, levando em consideração seu trânsito livre dentro da prefeitura.
Analise
Como se pode ver, ao avaliar de forma imparcial os nomes tido como do primeiro escalão dos dois partidos analisados, montou-se um grupo de fiéis escudeiros da atual administração, com amplas vantagens sobre seus próprios colegas partidários, então caso não aconteça nenhum acidente de cálculo e de percurso, este é o time escolhido para se elegerem, ficando relegado aos demais a única tarefa de servirem de escadas para que em 2025, os mesmo nomes carimbados pelo prefeito voltem para suas cadeiras na Câmara Municipal.
Em breve vamos analisar a composição de outros partidos e apresentar as vantagens, desvantagens e o equilíbrio que cada um apresenta em sua composição.
Ronaldo Almeida: Jornalista e Consultor Politico