Projeto Doce Vivo realiza encontros virtuais com comunidades sobre qualidade do Rio Doce

As comunidades de Colatina (ES), Baixo Guandu (ES) e Aimorés (MG) participaram dos primeiros encontros virtuais sobre a qualidade da água do rio Doce, eventos promovidos pelas equipes de Diálogo da Fundação Renova e com a participação do Projeto Doce Vivo neste mês de setembro.

O novo formato remoto de encontro foi adotado após as visitas presenciais serem suspensas para preservarem a saúde de colaboradores e das comunidades, devido à pandemia do coronavírus.

O Projeto Doce Vivo, desenvolvido pela Fundação Renova, tem o objetivo de orientar as pessoas em como cuidar da qualidade da água do rio Doce e envolver comunidades impactadas, associações de moradores, pescadores, comissões de atingidos, ribeirinhos, proprietários rurais e proprietários abrangidos pelo Plano de Monitoramento Quali-Quantitativo Sistemático de Água e Sedimento (PMQQS), além de escolas e professores.

As conversas buscam explicar o que é e como funciona o Programa de Monitoramento, apresentar os dados de qualidade da água, conscientizar a população em relação ao uso sem desperdício e aumentar a confiança da comunidade no consumo da água do rio Doce.

A água do rio Doce pode ser consumida após passar por tratamento convencional em sistemas municipais de abastecimento. É isso que indicam os mais de 3 milhões de dados gerados anualmente pelo maior sistema de monitoramento de cursos d’água do Brasil, criado pela Fundação Renova em 2017 para monitorar o rio Doce.

“A iniciativa é fundamental para que as pessoas possam entender como funciona o trabalho desenvolvido durante o processo de monitoramento e como está atualmente a qualidade da água do rio Doce”, diz o analista de monitoramento hídrico Henrique Filgueiras.

O projeto

O Programa de Monitoramento desenvolveu ações de sensibilização ambiental em escolas, no ano passado, na Semana do Meio Ambiente. Depois dessa primeira iniciativa, surgiram vários convites à equipe de monitoramento hídrico da Fundação Renova para a realização de outras atividades que desenvolvessem o tema ‘água’ em escolas e divulgassem resultados de qualidade para as comunidades. Assim nasceu o Projeto Doce Vivo.

A primeira edição foi promovida em dois distritos de Governador Valadares, nos dias 11 e 12 de março de 2020. O primeiro encontro aconteceu na Escola Municipal de Ilha Brava e contou com a participação de 30 crianças e adolescentes. No dia seguinte, um segundo grupo de 30 jovens da Escola Estadual Marco Geber Sírio, no distrito de Baguari, recebeu o Projeto Doce Vivo.

Durante as atividades do Projeto Doce Vivo, os participantes têm a oportunidade de conhecer alguns equipamentos utilizados para coletar água. Eles vestem EPIs (equipamentos de proteção individual), recebem cartilhas e manuseiam amostras de bichos que vivem no rio. Em 2019, 16 localidades receberam o projeto em Minas Gerais e no Espírito Santo.

 O monitoramento

O programa conta com 92 pontos de monitoramento distribuídos no rio Doce e na zona costeira. Entre esses pontos, estão 22 estações automáticas, que geram informações em tempo real. Um total de 80 parâmetros físicos, químicos e biológicos são analisados na água e outros 40 nos sedimentos. São mais de 300 pontos de monitoramento de água para consumo humano em 30 municípios.

Cinco órgãos participam desse trabalho por meio de um grupo técnico de acompanhamento: Agência Nacional de Águas (ANA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) e Agência Estadual de Recursos Hídricos do Espírito Santo (AGERH).