Maio Verde: diagnóstico precoce pode evitar cegueira causada pelo glaucoma
O mês de maio é, tradicionalmente, dedicado ao debate das formas de tratamento e prevenção ao glaucoma, segunda maior causa da cegueira na população.
Mesmo diante da pandemia da Covid-19, profissionais de oftalmologia de todo mundo irão discutir, ao longo do mês, a importância do diagnóstico precoce da doença como principal forma de combate aos seus efeitos.
De acordo com a oftalmologista Liliana Nóbrega, o glaucoma é uma doença hereditária, silenciosa e com causas ainda desconhecidas.
“Essa condição tem como característica o aumento da pressão ocular que se desenvolve de forma lenta ao longo de anos, acarretando em um dano permanente no nervo óptico, que leva à perda do campo visual”, comenta a profissional de saúde.
Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que o glaucoma é responsável por cerca de 20% dos casos de cegueira no mundo. No Brasil, estima-se que 900 mil pessoas sejam portadoras da doença que, em grande parte dos portadores, se desenvolve de forma assintomática.
Por ser uma condição silenciosa, a Campanha Maio Verde busca estimular a melhor forma de prevenção do glaucoma: o diagnóstico precoce.
“Essa patologia pode aparecer em pessoas de qualquer idade, apesar de ser mais comum em pacientes a partir dos 40 anos.
O seu diagnóstico é feito por um profissional oftalmologista, e, geralmente, realizado a partir dos exames de medição da pressão intraocular e o de fundo de olho, que avalia o nervo óptico.
Se verificados os sinais, o médico já dará início aos demais procedimentos de tratamento, que variam de acordo com a gravidade, idade e histórico familiar. Em casos mais graves, há a necessidade de cirurgia”, acrescenta a Dra Liliana Nóbrega.
Fatores de risco
Apesar de ser indicada de forma geral a visita regular ao oftalmologista, alguns grupos de risco, em especial, devem se atentar para esta regularidade: “principalmente aqueles que apresentam histórico familiar em primeiro grau com a doença, já que isso aumenta em até cinco vezes a chance do seu desenvolvimento. Mas, também, fazem parte desse grupo os pacientes acima de 40 anos de idade, de origem africana ou asiática, ou com alta miopia, acima de seis graus”, pontua Liliana.
Por fim, a médica pontua que, apesar do tratamento evitar a cegueira, os danos já causados pela doença são irreversíveis.
“A importância do diagnóstico precoce se faz para que o portador do glaucoma não perca gradativamente a sua visão e, com isso, a sua qualidade de vida.
É importante que todos estejam atentos, mas, em especial, aqueles que fazem parte do grupo de risco, que também contemplam pacientes que já sofreram algum tipo de lesão no olho ou também são portadores de diabetes, entre outros”, finaliza Lililana Nóbrega.