Casos de chikungunya crescem no Espírito Santo
Em tempos de pandemia, com todas as atenções voltadas ao combate do novo Coronavírus (Covid-19), outras viroses acabam sendo esquecidas, mas não deixam de aparecer nos prontuários médicos. A chikungunya, por exemplo, é uma delas, e pode matar.
No Espírito Santo, somente neste ano foram notificados 8.138 casos suspeitos da doença. Uma morte foi confirmada. Ano passado, no mesmo período, o Estado registrou 489 notificações da doença.
Veja aqui o 15º boletim da dengue.
Veja aqui o 15º boletim de zika.
Veja aqui o 15º boletim chikungunya.
O coordenador do Programa Estadual de Combate ao Aedes Aegypt, Roberto Laperriere Júnior, aponta que esse aumento de casos está relacionado ao fato de o Espírito Santo não ter sofrido epidemia da doença nos últimos anos.
“A primeira questão é que não tínhamos tido no Estado uma grande epidemia de chikungunya. No entanto, no ano passado tivemos uma grande epidemia de dengue. Já no Rio de Janeiro houve uma grande epidemia de chikungunya, e o fato se ser um estado vizinho e de fácil circulação de pessoas entre as duas unidades federativas, a facilidade desse vírus circular ocorre de uma forma muito mais ampla.
Além disso, tendo em vista que cada indivíduo doente funciona como um potencializador da doença, isso faz com que se aumente a chance desse ano a epidemia acontecer aqui no Estado”, explicou o coordenador.
Laperriere destacou ainda que devido a essa proximidade com o Rio de Janeiro, a expectativa era que o maior número de casos ocorresse na região sul do Estado. “Também temos problemas lá (no sul), mas o maior deles acontece na região Metropolitana, como é conhecido nos levantamentos semanais”, alertou.
Por isso, é fundamental manter os cuidados referentes às arboviroses, principalmente em tempos de isolamento social, aproveitando que se está em casa para dar uma olhada e eliminar qualquer tipo de ambiente favorável ao mosquito.
“É possível que a população não esteja fazendo o dever de casa da forma adequada. Vale destacar que para a Chikungunya, a zika e a dengue o mosquito transmissor é o mesmo”, frisou.
Doença pode levar à morte
Assim como as demais arboviroses, Roberto Laperriere Júnior destacou que a chikungunya também pode levar à morte, tendo em vista que ela atinge o sistema neurológico do paciente.
“Ela leva a um acometimento do sistema neurológico dos pacientes, além do acometimento de órgãos como fígado e rins. Além disso, também tem as questões articulares.
A Chikungunya pode matar, principalmente quando ela encontra pela frente pacientes com comorbidades pré-estabelecidas, como diabéticos, pessoas com doenças cardiovasculares, idosos, crianças e gestantes. Esses são os grupos mais vulneráveis à ocorrência de óbitos”, afirmou.
Sintomas da chikungunya
Febre alta. A dor, nesse caso, é súbita, intensa e chega a ser incapacitante, impedindo a pessoa de realizar suas atividades comuns do dia a dia.
A dor se concentra nas articulações e pode ocorrer rigidez matinal nas articulações (principalmente mãos).
A vermelhidão surge a partir do quarto dia e, diferentemente das demais, pode causar aftas.