A Via Crucis de Zanon: O Fracasso da Herança Política em Linhares

Por, Ronaldo Almeida

A trajetória política de Guerino Zanon, marcada por cinco mandatos como prefeito de Linhares, a cada dia aparenta estar vivendo seus últimos dias de glória.

Os números das últimas pesquisas de intenção de votos, divulgadas no município de Linhares, onde o adversário do seu grupo político Lucas Scaramussa, aparece liderando em todos os cenários, revela que após dominar a política local por anos, seu reinado finalmente está chegando ao fim.

Começo do fim  

Zanon renunciou o seu quinto mandato de prefeito em 2022 para disputar o governo estadual, onde sua tentativa de expandir sua influência resultou em uma derrota contundente.

Ele ficou em um terceiro lugar com (146.177 votos), mas muito distante do segundo colocado, o candidato Manato (PL), que obteve (800.598 votos), e mais longe ainda do primeiro colocado Renato Casagrande (PSB), que buscava a reeleição e recebeu dos capixabas (976.652 votos) no 1º primeiro turno.

No segundo turno, Guerino se aliou a Manato, e os dois foram derrotados novamente. O candidato apoiado por Zanon, ficou com 46,20% (1.006.021 votos), já Casagrande o vencedor, foi eleito com 53,80% (1.171.288 votos).

Esse movimento evidenciou uma falha em sua estratégia e o desgaste do seu capital político.

O herdeiro

Agora, Zanon tenta garantir a vitória para seu pupilo, Bruno Marianelli, que assumiu a prefeitura após a renúncia do mentor. No entanto, a administração de Marianelli, tem sido marcada pela incapacidade de resolver problemas antigos e críticos que afetam a cidade.

Mesmo com a experiência acumulada de Zanon e Marianelli, a cidade enfrenta desafios antigos que permanecem sem solução

Problemas Persistentes e Falhas na Administração

A cidade de Linhares, que possui mais de 70 lagoas, que deveriam ser cuidadas como um patrimônio público ambiental, indispensável para o desenvolvimento de qualquer cidade, foram transformadas em depósito de esgoto, refletindo uma falha crônica de gestão ambiental e infraestrutura adequada, devido à negligência administrativa.

Colapso no abastecimento de água

Nos últimos dois anos, a cidade sofreu um colapso no abastecimento de água, resultando em bairros inteiros ficando semanas sem água. Esse problema de abastecimento é um claro indicativo da falha na administração pública.

Incapacidade crônica

A falta de uma rodoviária funcional na cidade prejudica a mobilidade e o desenvolvimento econômico local.

O Hospital Geral de Linhares (HGL), uma importante instituição de saúde, enfrenta um estado crítico de sucateamento, comprometendo a qualidade do atendimento médico, principalmente para população mais carente do município.

FACELI

A FACELI, única faculdade pública municipal do Estado, agoniza com o descaso e com a falta de investimento na grade curricular, valorização do corpo acadêmico e enfrentando um esvaziamento significativo no repasse de recursos, resultado de anos de falta de investimento no setor educacional por parte da gestão municipal.

Desvalorização dos servidores

A desvalorização sistemática dos servidores públicos é a cereja do bolo, evidenciando uma administração que não só ignora as necessidades dos cidadãos, mas também trata com desprezo aqueles que mantêm a máquina pública funcionando.

Esses problemas revelam uma administração que não conseguiu acompanhar as necessidades crescentes da população e falhou em implementar soluções eficazes para questões essenciais.

O Futuro de Linhares em Jogo

A tentativa de Zanon de perpetuar seu legado político através de Marianelli, está se mostrando cada vez mais problemática. A falta de inovação e a incapacidade de enfrentar os desafios antigos da cidade são evidentes, e a administração atual está lutando para superar a imagem de um poder que não soube se renovar.

A responsabilidade nas mãos do povo

Os eleitores de Linhares enfrentam uma escolha crucial: Continuar com uma administração que esta atolada em problemas antigos e falhas administrativas, ou buscar uma nova liderança que possa oferecer soluções verdadeiras e uma visão inovadora para o futuro da cidade.

Passar o bastão

O legado de Zanon, na sua tentativa desesperada de passar o bastão para Marianelli, sem oferecer nada além do mesmo pacote de promessas não cumpridas e falhas administrativas, é uma afronta ao eleitorado.

Hoje, o império político de Guerino, que já foi uma vez sinônimo de poder e controle absoluto, está desmoronando, revelando os limites de uma política que não conseguiu se reinventar, e a cidade está pagando o preço de uma política que falhou em evoluir e atender às necessidades básicas da população que dá sinais de esgotamento com a atual gestão.

 

Ronaldo Almeida, Jornalista e Consultor Político