Politica

Não foi dessa vez

Enfim a política sai da bolha e começa a pautar a vida da população. Não era para menos, demorou, mas faltando apenas 17 dias para o início oficial das campanhas eleitorais, que tem início do primeiro turno em (16) de agosto indo até 1º de outubro, os eleitores começaram a acordar, e o tema passa a ser o assunto principal das rodas de conversas de botequins, barbearias, salões de belezas e afins.

O povo agora sai da inércia política e inicia de forma ativa e oficial, o processo de avaliação das candidaturas postas, retiradas e as articulações em torno destas.

Para o eleitor comum, ou o simples pagador de impostos, os últimos anos tem sido de atenção voltada principalmente para os aspectos básicos e cotidianos da vida. Preços dos alimentos altos, gasolina com altas recordes, pandemia, desemprego, guerra e pôr fim a política.

Para a população capixaba, as eleições deste ano, tem sido uma avalanche de emoções a cada lance.

De início, vários nomes se apresentaram a população com tamanho, experiência, histórico, currículo e “musculatura política”, para pleitear o maior cargo em disputa dos Estados, que é o de Governador, Chefe do Executivo Estadual.

Passaram-se os meses, andaram-se os dias, e entre discursos inflamados, promessas milagrosas, ideias mirabolantes, planos, projetos e propostas dignos da descoberta de um “Mundo Novo”, a própria classe política com todos os seus mecanismos e fisiologismo social, foi depurando e separando sonhos e fantasias, da realidade.

Por fim, chegamos a poucos dias do início das campanhas, com um cenário mais realista, e bem mais parecido com a vida real, onde a população vive, trabalha e sofre, bem distante do conto de fadas alardeados pelos “Heróis Salvadores” da nação.

Muitos foram os candidatos a “Moisés”, que se perfilaram para conduzir o povo para a tão sonhada “Terra Prometida”, já que depois de tudo que tivemos e ainda enfrentamos nos últimos anos, a esperança de estarmos vivendo em um Êxodo, foi estimulada e usada para seduzir corações e mentes do povo-eleitor.

Em dado momento, chegou-se a sonhar que entre todos os nomes apresentados como “Novas Lideranças” com “Novos Caminhos ou Ideias”, apareceria um “ungido” para nos libertar das amarras do sistema, ou como foi dito do “repetido e infinito ciclo”, mas a roda girou, girou e nada mudou.

Os que permanecem em pé, são os mesmos que nunca saíram de cena, quem foi taxado como ultrapassado e antiquado, ainda agora, permanece como a escolha talvez não perfeita, mas a escolha segura para tocar a vida real.

Como se pode ver, em uma análise fria, o povo continua conservador, não apenas nos costumes, mas também nas escolhas.

Sim, chegará o tempo que os atuais e reais detentores do poder, terão que passar o bastão, mas pelos números apresentados pela pesquisa realizada pelo Instituto Perfil, e publicada no Jornal ES Hoje, nesta sexta-feira (29), esse tempo não será agora, como muitos sonharam.

Os números não mentem, e a classificação por preferência da população capixaba até a presente data está com o atual Governador Renato Casagrande (PSB) liderando com 33,08%, Carlos Manato (PL) em segunda colocação com 14,58%, seguido pelo ex-prefeito da Serra por três mandatos Audifax Barcelos (Rede) com 13,17%, vindo acompanhado pelo ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD), que está estacionado em 8%, e lá bem atrás o desconhecido Aridelmo Texeira (Novo) com 2,88%.

Sobrando entre brancos e nulos 14%, e com 8,33% de indecisos.

Fechando as contas, não será desta vez que o povo dará uma oportunidade para uma nova liderança, ou seja, o álbum este ano terá figurinha repetida.

Os dados da pesquisa apresentada, estão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o registro n.º ES-07861/2022. O nível de confiança é de 95%. A margem de erro máxima estimada foi de 2.9 pontos percentuais, para mais ou para menos.

 

Ronaldo Almeida: Jornalista e Consultor Político