O lado da história que a Globo não contou

Um simples abraço, uma música triste de fundo, um cenário escolhido com antecedência e pronto, está montado o cenário que levou o país, em menos de uma semana, vivenciar dois sentimentos opostos, o primeiro de comoção e pena por grande parte dos telespectadores de um dos programas de maior audiência da TV brasileira e em horário nobre, o Fantástico da Rede Globo na noite do domingo passado dia 1 de março.

A história comovente de um presidiário, que cumpre pena a nove anos, com olhar triste, cara de arrependimento e de abandono, e ouvida por uma grande sumidade tanto na tv quando na medicina nacional, o Dr. Drauzio Varella, foi fechado com um abraço do Dr. no presidiário e transexual, que disse, que “a nove anos não recebe nenhuma visita e nem mesmo um carta de um parente”.

O brasileiro emotivo por natureza, logo se comoveu com a história de abandono do presidiário, que na tv se apresenta com voz baixa, calma e pausada.

Mas ai, passados algumas horas, a verdade por trás daquela cara de injustiçado e abandonado por tudo e por todos, como se a sociedade fosse um carrasco cruel e ele vitima dela, caiu por terra na velocidade das redes sociais.

O que o Fantástico propositalmente escondeu, e talvez não imaginava, era que a vida de Rafael Tadeu de Oliveira dos Santos, o transexual e presidiário que se apresenta com o nome de Suzy de Oliveira, viesse a tona, e mostrasse seu lado obscuro, omitido na matéria.

Como é do conhecimento de todos, Rafael ou Suzy, ele é um assassino frio e calculista, que estuprou e matou um menino de apenas 9 anos, que era seu vizinho, do qual ele conhecia e convivia com os pais da criança e cometeu esse bárbaro crime no ano de 2010.

Segundo consta no processo, Rafael ou Suzy como prefere ser chamado, “praticou atos libidinosos consistentes em sexo oral e sexo anal com o menor Fábio dos Santos Lemos, que à época contava com apenas 9 anos de idade”.

Na sentença ainda diz que após violentar a criança, o criminoso “matou o ofendido mediante meio cruel, consistente em asfixia, e se valendo de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, haja vista tratar-se de criança, com mínima capacidade de resistência.”

Após cometer o bárbaro crime, Suzy, em um ato ainda mais macabro, deixou o corpo da criança apodrecer em sua sala por 48 horas, como o mau cheiro do corpo em putrefação já estava muito forte, ele carregou e jogou o corpo do jovem Fábio na porta dos pais da vítima, e ele mesmo avisou aos pais da vítima que havia encontrado o corpo já em adianto estado de putrefação.

A reportagem apresentada pelo Fantástico no domingo passado, que mostrou o doutor Drauzio Varella abraçando a transexual Suzy de Oliveira, tem sido amplamente criticada por ocultar informações sobre o crime cometido pelo detento.

Suzy recebeu um abraço de Drauzio ao dizer que não recebia visita na cadeia há oito anos.

A reportagem sugeriu sua sexualidade como razão para a solidão no presídio, gerando uma onda de compaixão nas redes sociais, incluindo vaquinhas virtuais e envio de cartas.

Em resposta neste domingo (8), Drauzio afirma que há 30 anos frequenta penitenciárias para tratar da saúde de detentos e que não pergunta o que seus pacientes possam ter feito de errado. “Sou médico, não juiz”, defende.

Mas um fato que chama a atenção e derruba por terra a defesa do Dr. Drauzio, é que no momento que ele fazia a reportagem, ele não estava ali exercendo a função de médico, ele não estava examinado, medicando, aferindo pressão ou fazendo qualquer tipo de exame clinico, ele estava ali exercendo o papel de jornalista e representado uma das maiores emissoras de TV do mundo.

Com certeza, tanto a Globo como seus milhares de profissionais com décadas de experiência não poderiam omitir o crime pelo qual o personagem central da matéria está pagando na cadeia, e nem o Dr. Drazio pode usar isso como desculpa para dizer ignorar o crime cometido pelo presidiário que ele tão ternamente abraçou.

Mãe da vítima de Suzy quase foi linchada após morte de seu filho

Maria Aparecida, mãe de Fábio dos Santos Lemos, vítima da travesti Suzy, quase foi linchada após a morte de seu filho. À época, o programa Brasil Urgente, apresentado por José Luiz Datena, afirmou que Maria era suspeita de assassinar Fábio.

O MBL News teve acesso à uma fonte que abrigou Maria no período em que ela estava sendo perseguida por vizinhos, enquanto a criança ainda estava desaparecida.

“Eu abriguei a mãe dele em minha casa depois que algumas pessoas foram em sua casa linchar ela, pois o Datena havia dito que ela era suspeita do crime”, relatou.

A fonte também afirmou que Maria só deixou de ser perseguida após o aparecimento do cadáver de Fábio.

“Depois de uns três dias esse monstro criminoso [Suzy] largou a criança em estado de decomposição em frente da casa da mãe dele”, afirmou.

A tia de Suzy, Carlita Teixeira dos Santos, afirmou que a sobrinha já possuía um longo histórico de problemas e abusou que cometera no passado.

“Ele roubava, mentia, não ia para a escola, até doze anos coisas de criança, mas depois dos doze começou a roubar com arma, usava maconha. (…)

Fiquei sabendo que ele trabalhava na padaria e foi acusado de estar abusando de uma criança de três anos e os parentes da criança foram na minha casa atrás dele, querendo matar ele.

Fiquei sabendo que ele foi passar férias na casa do irmão e tentou estuprar meu sobrinho de cinco anos. Na escola era acusado de pular o muro da escola, ir no banheiro passar a mão em alguém, roubava até os professores,”, afirmou Carlita.

Mas essa história até agora não havia sido contada por nenhuma grande emissora te tv ou um grande veículo de imprensa.

Já a história da Suzy, em sua estreia para o grande público, ela apareceu pela primeira vez numa matéria veiculada no programa Fantástico, da Rede Globo.

A história de Suzy repercutiu, ele ganhou presentes e uma vaquinha de R$ 6 mil. Mas seu vasto histórico de crimes e impunidade ficaram ocultos.

Na decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a Corte avaliou a intensidade do crime, a premeditação, o histórico de má conduta social de Suzy, sua periculosidade exagerada e personalidade deturpada.

Portanto, “corretamente fixou as penas básicas em patamar bastante superior ao mínimo legal (13 anos de reclusão para o crime de estupro de vulnerável e 25 anos de reclusão para o delito de homicídio)”.

Depois de sua história ganhar repercussão, Suzy decidiu não conceder mais entrevistas.

A rede Globo, até o momento, não se pronunciou sobre a reportagem ou omissão cometida no caso de Suzy.

O crime ocorreu na Zona Leste de São Paulo.

Clique aqui para ter acesso ao processo de Suzy.

 

Colaboração: MBL News